Iara
Também conhecida como a “mãe das águas”, Iara é uma personagem do folclore brasileiro. De acordo com a lenda, de origem indígena, Iara é uma linda sereia (corpo de mulher da cintura para cima e de peixe da cintura para baixo) morena de cabelos negros e olhos castanhos.
A lenda conta que a linda sereia fica nos rios do norte do país, onde costuma viver. Passa grande parte do tempo admirando sua beleza no reflexo das águas, brincando com os peixes e penteando seus cabelos com um pente de ouro.
Nas pedras das encostas, costuma atrair os homens com seu belo e irresistível canto, que ecoa pelas águas e florestas da região. As vítimas costumam seguir Iara até o fundo dos rios, local de onde nunca mais voltam. Os poucos que conseguem voltar acabam ficando loucos em função dos encantamentos da sereia. Neste caso, conta a lenda, somente um ritual realizado por um pajé(chefe religioso indígena, curandeiro) pode livrar o homem do feitiço.
Origem da personagem
Contam os índios da região amazônica que Iara era uma excelente índia guerreira. Os irmãos tinham ciúmes dela, pois o pai a elogiava muito. Certo dia, os irmãos resolveram matar Iara. Porém, ela ouviu o plano e resolveu matar os irmãos, como forma de defesa. Após ter feito isso, Iara fugiu para as matas. Porém, o pai a perseguiu e conseguiu capturá-la. Como punição, Iara foi jogada no rio Solimões (região amazônica). Os peixes que ali estavam a salvaram e, como era noite de lua cheia, ela foi transformada numa linda sereia.
Boi tatá
Também conhecido como "fogo que corre", o boitatá, no folclore brasileiro, é uma grande cobra de fogo. Este bicho imaginário foi citado pela primeira vez em 1560, num texto do padre jesuíta José de Anchieta. Na língua indígena tupi, "mboi" significa cobra e "tata" fogo.
A lenda no Norte e Nordeste
De acordo com a lenda, o boitatá protege as matas e florestas das pessoas que provocam queimadas. O boitatá vive dentro dos rios e lagos e sai de seu "habitat" para assombrar e queimar as pessoas que praticam incêndios nas matas. De acordo com esta lenda, o boitatá possui a capacidade de se transformar num tronco de fogo. Este animal passa grande parte do tempo rastejando pelas florestas na escuridão da noite, pois é uma alma penada que deve pagar seus pecados desta forma.
A lenda no Sul
Numa lenda do sul do Brasil, a explicação para o surgimento da cobra de fogo está relacionada ao dilúvio (história bíblica que fala sobre a chuva que durou 40 dias e 40 noites). Após o dilúvio, muitos animais morreram e as cobras ficaram rindo felizes, pois havia alimento em abundância. Como castigo, a barriga delas começou a pegar fogo, iluminando todo o corpo.
Explicação científica:
- Pesquisadores afirmam que esta lenda está associada aos incêndios, que ocorrem espontaneamente em função da queima de gases oriundos da decomposição de material orgânico.
Curupira
O folclore brasileiro é rico em personagens lendários e o curupira é um dos principais. De acordo com a lenda, contada principalmente no interior do Brasil, o curupira habita as matas brasileiras. De estatura baixa, possui cabelos avermelhados (cor de fogo) e seus pés são voltados para trás. Este pequeno índio é forte e muito esperto.
O protetor das plantas e animais da floresta
A função do curupira é proteger as árvores, plantas e animais das florestas. Seus alvos principais são os caçadores, lenhadores e pessoas que destroem as matas de forma predatória.
Para assustar os caçadores e lenhadores, o curupira emite sons e assovios agudos. Outra tática usada é a criação de imagens ilusórias e assustadoras para espantar os "inimigos da florestas". Dificilmente é localizado pelos caçadores, pois seus pés virados para trás servem para despistar os perseguidores, deixando pegadas e rastros falsos pelas matas. Além disso, sua velocidade é surpreendente, sendo quase impossível um ser humano alcançá-lo numa corrida.
De acordo com a lenda, ele adora descansar nas sombras das mangueiras. Costuma também levar crianças pequenas para morar com ele nas matas. Após encantar as crianças e ensinar os segredos da floresta, devolve os jovens para a família, após sete anos.
Os contadores de lendas dizem que o curupira adora pregar peças naqueles que entram na floresta. Por meio de encantamentos e ilusões, ele deixa o visitante atordoado e perdido, sem saber o caminho de volta. O curupira fica observando e seguindo a pessoa, divertindo-se com o feito.
O Curupira existe na realidade?
Não podemos esquecer que as lendas e mitos são estórias criadas pela imaginação das pessoas, principalmente dos que moram em zonas rurais. Fazem parte deste contexto e geralmente carregam explicações e lições de vida. Portanto, não existem comprovações científicas sobre a existência destas figuras folclóricas.
Curiosidades:
- O curupira é considerado, em algumas regiões de florestas, como sendo o protetor das árvores, plantas e animais silvestres.
- De acordo com a lenda, uma forma de fazer o curupira feliz é deixando para ele na floresta alguns presentes como, por exemplo, alimentos, flechas e fumo.
- O curupira e o caipora (outro personagem folclórico) são muitos semelhantes, mas uma diferença marcante é que o segundo possui os pés normais.
Mula sem cabeça
Essa lenda conta a história de mulheres que fizeram maldades e foram transformadas em uma mula, que no lugar da cabeça tem uma chama de fogo.
Dizem que a lenda se originou com os povos da Península Ibérica, e veio para a América através dos portugueses, nossos colonizadores, e pelos espanhóis.
Aqui, nas regiões nordeste e sudeste, a lenda é preservada até os dias de hoje.
Sabemos que as lendas são histórias inventadas pelo homem, e por isso elas apresentam elementos que não são verdadeiros.
A Mula sem Cabeça é uma mulher que mora nas proximidades de uma igreja, que se apaixona pelo padre, sendo castigada com um corpo de mula e cabeça de fogo.
Mula sem Cabeça corre desenfreada pelas florestas
Conta a lenda que a transformação acontece entre quinta e sexta-feira, pela madrugada, onde a Mula sai desesperada, correndo pelos campos. Quando se cansa volta a ser mulher, mas aparece cheia de arranhões e machucados.
Essa lenda folclórica também existe na Argentina, tendo o nome de Mula Anima, e no México, como Malora.
Da mesma forma, lá a história conta que a Mula sem Cabeça destrói tudo que vê pela frente, pisoteando até pessoas com suas patas, em ferraduras de aço ou prata. Durante a sua fuga, relincha muito alto, misturando os gritos de mulher com o rincho de uma mula brava.
Nenhum comentário:
Postar um comentário